Gharb al-Ândalus era a parte mais ocidental do al-Ândalus, que corresponde a parte de Portugal, os muçulmanos estiveram neste território de 712 - 1249. |
O Gharb al-Ândalus era a parte mais ocidental do al-Ândalus, que corresponde a parte do atual território português. Em 711, os muçulmanas atravessaram o estreito de Gibraltar e deram início à conquista da Península Ibérica, o al-Ândalus. O ocidente peninsular de influência mediterrânica, o Gharb al-Ândalus — corresponde aproximadamente aos limites da antiga Lusitânia — embora intensamente islamizado, não assumiu o protagonismo de outras regiões do al-Ândalus, resistindo sempre aos processos de centralização do califado de Córdova (Cordoba), ou posteriormente de Sevilha. O Gharb incluía cinco territórios principais correspondentes ao termo de Coimbra, ao estuário do Tejo, ao Alto Alentejo, ao Baixo Alentejo e ao Algarve.
Estes territórios estendiam-se ainda para as atuais Estremadura espanhola e Andaluzia Ocidental. Destacavam-se as cidades de Coimbra, Lisboa, Santarém, Silves, Mértola, Faro, Mérida e Badajoz. O Gharb começou a perder terreno aquando da Reconquista, na qual os reis cristãos do norte da península, nomeadamente D. Afonso Henriques, começaram a conquistar o território para Sul. O fim do Gharb foi assinalado com a conquista do Algarve pelo rei D. Afonso III.
Reino do Algarve
O Reino do Algarve, foi um antigo reino que existiu na região do Algarve, em Portugal. O Algarve (do árabe "al-Gharb al-Ândaluz", al-Gharb, «o Ocidente»; do "al-Andaluz"), foi considerado, durante séculos, e até à proclamação da República Portuguesa em 5 de Outubro de 1910, como o segundo reino da Coroa Portuguesa — um reino de direito separado de Portugal, ainda que de fato não dispusesse de instituições, foros ou privilégios próprios, nem sequer autonomia — na prática, era apenas um título honorífico sobre uma região/comarca que em nada se diferenciava do resto de Portugal.
Note-se, porém, que nunca nenhum rei português foi coroado ou saudado como sendo apenas "Rei do Algarve" — no momento da sagração, era aclamado como "Rei de Portugal e do Algarve" (até 1471), e mais tarde como "Rei de Portugal e dos Algarves" (a partir de 1471).
Primeira conquista
O título de "Rei do Algarve" foi pela primeira vez utilizado por Sancho I de Portugal, aquando da primeira conquista de Silves (Portugal), em 1189. Silves era apenas uma cidade do império almóada, posto que nesta altura todo o Andaluz se achava unificado sob o seu domínio. Assim, D. Sancho usou alternadamente nos seus diplomas as fórmulas "Rei de Portugal e de Silves", ou "Rei de Portugal e do Algarve"; excepcionalmente, conjugou os três títulos no de "Rei de Portugal, de Silves e do Algarve". O único motivo que pode justificar esta nova intitulação régia prende-se com a tradição peninsular, de agregar ao título do monarca o das conquistas efetuadas (assim, por exemplo, os Reis de Leão e Castela eram também "Reis de Toledo, de Sevilha, etc."). Com a reconquista muçulmana de Silves, em 1191, o rei cessou de usar este título.
Reconquista
O império almóada viria a desagregar-se na Hispânia (Espanha) em 1234, dissolvendo-se em vários pequenos emirados, as taifas. O Sul de Portugal ainda em mãos muçulmanas ficou anexado à taifa de Niebla, na moderna Espanha; o seu emir, Musa ibn Mohammad ibn Nassir ibn Mahfuz, proclamou-se pouco tempo mais tarde "Rei do Algarve" (amir al-Gharb), posto que o seu Estado compreendia, de fato, a região mais ocidental do Andaluz muçulmano. Ao mesmo tempo, as conquistas portuguesas e castelhanas para o Sul prosseguiam. Em reinado de D. Sancho II conquistaram-se as derradeiras praças alentejanas e ainda a maior parte do Algarve moderno, na margem direita do rio Guadiana; à data da sua deposição e posterior abdicação, restavam do Algarve muçulmano apenas pequenos enclaves em Aljezur, Faro, Loulé e Albufeira, os quais, devido à descontinuidade territorial e à distância que os separava de Niebla, se tornaram independentes do seu domínio.
Assim sendo, de fato, Sancho II de Portugal afigurar-se-ia como o segundo rei português a poder usar o título de rei do Algarve, na esteira de seu avô — o que provavelmente só não fez devido às suas outras preocupações internas, designadamente a guerra civil que o opôs ao seu irmão, o conde de Bolonha e infante Afonso. Com efeito, foi este que, subido ao trono em 1248, se encarregou da conquista dos derradeiros enclaves mouriscos no Algarve, assumindo em 1249 o título de "Rei de Portugal e do Algarve", que não mais deixaria de ser utilizado pelos seus sucessores até ao fim da monarquia em Portugal.
O rei de Niebla e emir do Algarve, para obstar às conquistas perpetradas pelos Portugueses nos seus territórios, fez-se vassalo de Afonso X de Castela (o qual passou por isso também a usar o título de Rei do Algarve entre as suas múltiplas conquistas), cedendo-lhe o domínio do Algarve português. Assim, muito provavelmente, a intitulação de Afonso III de Portugal serviria como reação a esta tomada de posição pelo vizinho castelhano, destinando-se a fortalecer os direitos do monarca português sobre a região em causa (pois que, como já foi dito, à intitulação e ao estatuto de reino não correspondia nem foros nem privilégios nem autonomia própria).
A questão acabou por ser dirimida entre os soberanos de Castela e de Portugal, pelo tratado de Badajoz de 1267; o rei Afonso X desistia das suas pretensões sobre o antigo Gharb al-Ândalus, fazendo do seu neto D. Dinis o herdeiro do trono do Algarve, o que ditava a sua incorporação a prazo na coroa portuguesa. Reservava, porém, a utilização do título por si e pelos seus descendentes, dado ter adquirido em 1262 os restos do reino de Niebla/ Algarve, situados já além do Odiana – os demais reis de Castela, e depois da Espanha, até à subida ao trono da rainha Isabel II (1833), continuaram a usá-lo entre os seus diversos títulos.
Arte islâmica em Portugal
A Arte Islâmica desenvolveu-se em Portugal durante a presença muçulmana do país (712 - 1249). O termo Arte Islâmica refere-se à unidade criativa de uma arte e uma arquitetura próprias de uma civilização de enorme extensão geográfica. Nos primeiros tempos do Islam surgiu uma arte rica e variada baseada na tradição clássica, na arte bizantina, persa e de outros povos orientais conquistados. A originalidade das estruturas arquitetônicas e dos motivos ornamentais deram origem a uma arte própria, tipicamente muçulmana.
A ornamentação é sem dúvida, um dos aspectos que mais contribuiu para a unificação da arte islâmica. A grande profusão de superfícies decoradas faz com que as estruturas fiquem parcialmente escondidas, num fenómeno preenchido de todos os espaços com decoração conhecido como horror ao vazio. A repetição de motivos - geométricos, cosmológicos, a caligrafia e motivos de origem vegetal estilizados - e a combinação de materiais e texturas originam um efeito tridimensional que confere aos edifícios uma certa aura de mistério e harmonia, para o que contribuem igualmente a luz e a presença de água. Outros dos elementos decorativos mais característicos são os adornos em estuque trabalhado.
A rejeição de qualquer imagem figurativa (aniconismo) é também característica da arte islâmica. Deve-se ao receio da idolatria, ou seja, da veneração de imagens que simbolizassem seres do outro mundo.
Na arquitetura destacam-se os edifícios de carácter religioso, as mesquitas, cuja origem foi a casa do profeta Muhammad em Madina na atual Arábia Saudita. As primeiras estruturas de ordem religiosa apareceram depois da deslocação do centro do poder de Madina para Damasco e Jerusalém: a Cúpula do Rochedo, em Jerusalém, e também a Mesquita de Damasco.
Arte Islâmica no Gharb al-Ândalus
Com o Emirado Omíada de Córdoba, que se manteve até 1031, o al-Ândalus, transformou-se no ponto mais importante do Ocidente Islâmico. Desenvolveram-se estilos culturais muito característicos devido à situação geográfica do território, ao contato entre as culturas cristã e muçulmana e à influência dos conquistadores anteriores: romanos e visigodos. A arte no Gharb foi bastante idêntica à do resto da Península Ibérica, embora os vestígios que chegaram até nós não tenham a grandeza espetacular de Córdoba, Sevilha ou Granada, devido à sua posição periférica em relação aos grandes centros de poder.
O urbanismo, a arquitetura, tanto civil como militar e religiosa, e os objetos para uso diário, foram os campos artísticos mais desenvolvidos na arte islâmica no Gharb al-Ândalus. O arco em ferradura, de influência visigótica, é sem dúvida uma imagem marcante da civilização muçulmana em Portugal e na Espanha. A sua imagem, ligada aos mais conhecidos monumentos civis e religiosos, vai rapidamente confundir-se, de forma definitiva, com a própria arte islâmica.
A pintura e a escultura foram áreas pouco desenvolvidas, por questões religiosas, exceto no que se refere às artes decorativas, com o fim de ornamentar edifícios e objetos. São notáveis os capitéis de colunas. A cerâmica teve um papel muito importante no quotidiano das alcáçovas e alcarias islâmicas. Muitas das formas e utilizações dos objetos produzidos pelos artesãos da época perduraram até aos nossos tempos.
Urbanismo
Após a conquista muçulmana do século VIII, a região de Sintra foi ocupada, erguida a primitiva fortificação da penedia, entre o século VIII e o IX. As cidades islâmicas estava localizadas em pontos estratégicos do Gharb, dominando em geral, importantes cursos de água, como por exemplo: Al-Uśbuna (Lisboa), Santarin (Santarém), Kulūmriyya (Coimbra), Mārtula (Mértola) ou Silb (Silves). As cidades islâmicas reaproveitaram espaços, estruturas e materiais do período romano.
Na alcáçova fortificada ficava o alcácer, com funções exclusivamente militares, e uma zona residencial, onde se situavam os paços do alcaide, as dependências da corte e as residências, entre outros, militares e funcionários ligados ao palácio. Os arrabaldes eram uma espécie de subúrbios, zonas residenciais situadas fora das muralhas.
O Castelo de Silves, no Algarve, em Portugal. Constitui-se no maior castelo da região algarvia,
sendo considerado como o mais belo exemplo da arquitectura militar islâmica no país.
Nas cidades de maiores dimensões havia ainda a medina, onde se encontravam os principais edifícios públicos, tanto políticos como religiosos, entre os quais a aljama – mesquita principal da cidade. A medina era rodeada por uma muralha ou cerca, que a separava dos arrabaldes. A entrada na medina era somente possível durante o dia, porque de noite os portões existentes na muralha era fechados.
Castelo dos Mouros em Sintra em Portugal - Construído pelos muçulmanos no século IX.
Nos bairros residenciais, as casas davam para adarves – ruas labirínticas e sinuosas – que frequentemente nem tinham saída. As casas eram estruturas bastante "introvertidas", já que as aberturas para o exterior eram poucas, de forma a proteger a intimidade familiar. Da cidade dependiam diretamente os campos e hortas circundantes, que diariamente abasteciam os seus mercados, e ainda algumas povoações rurais – as alcarias.
Castelo de Mértola que a partir do século VIII conheceu a dominação muçulmana,
os quais foram responsáveis pela remodelação das defesas deste próspero povoado.
A alcaria podia ser um povoado único, fortificado ou não, ou podia agrupar algumas pequenas povoações, que possuíam, em conjunto, um perímetro fortificado onde podiam guardar o gado em caso de perigo. O primeiro tipo de alcaria única existe sobretudo no Alto Alentejo. O segundo tipo de alcarias, com pequenos povoados associados, existe mais predominantemente no Baixo Alentejo e Algarve.
Arquitetura
Arcos de ferradura no Castelo de Silves, Portugal.
Na arquitetura islâmica foram adotadas várias soluções e técnicas construtivas para a resolução de problemas de ordem estrutural dos edifícios. Os arcos, nomeadamente os arcos de ferradura, ocupam um lugar importante. As arcadas com colunas com capitéis, por vezes ricamente trabalhados foram uma das soluções estruturais também utilizadas. Foram poucos os arcos em ferradura que em Portugal resistiram até aos dias de hoje: na Porta da Vila de Faro, um dos acessos à medina de Elvas, em quatro portas da Mesquita de Mértola encontramos ainda alguns desses arcos em muito bom estado de conservação.
Quanto aos capitéis, embora muitos tenham chegado aos nossos dias, apresentam-se fora do seu contexto inicial. As paredes de taipa foram também fundamentais como material de construção de muitas estruturas. A taipa era por vezes intercalada com pilares de alvenaria. No caso das taipas mais pobres, o revestimento com cal era essencial para a longevidade da obra.
Árabes/Muçulmanos – Origem, expansão e presença em Portugal
É interessante saber que em Portugal foram sendo nomeados de várias maneiras conforme o ângulo de análise: Muçulmanos (aqueles que se submetem a Deus); Islamitas (os que praticam o islamismo); Sarracenos (os que conquistaram a Península Ibérica); Mouros (os naturais do Maghrebe que se encontravam na Península Ibérica).
Ao chegar na Península Ibérica (Al-Ândalus), os muçulmanos souberam aproveitar a decadência do reino visigótico que conquistaram em 711. Os Árabes chegaram até às Astúrias (montanhas a noroeste da Península Ibérica), onde se estabeleceram os povos cristãos peninsulares e donde irá partir mais tarde a expulsão dos invasores (Reconquista Cristã) e daí nasceria Portugal. Ainda avançaram para norte, no Reino Franco (atual França), mas acabaram recuando em Poitiers (732).
Sabe-se que no Gharb - território que vem a ser Portugal – “a estratégia de ocupação operada nesse território pelos primeiros muçulmanos basear-se-ia mais no estabelecimento de consensos e na elaboração de acordos com as populações”. Procuravam islamizar estas, que se denominarão Moçárabes. Estes gozavam de liberdade de culto, tinham leis próprias. Como havia muitos contatos entre as populações, as marcas árabes são muito diversificadas em toda a Península, como veremos depois.
Durante o movimento da Reconquista, iniciado ainda no século VIII, os Árabes começaram a ser exterminados, ou escravizados. Houve, no entanto, alguns que foram protegidos pelos reis portugueses. Temos como exemplo a carta de foral que em 1170 o rei D. Afonso Henriques deu às populações mouriscas de Lisboa, Almada, Alcácer e Palmela, que se lhe submeteram. Quando eram muitos, como em Lisboa, Setúbal, Loulé, Silves, Beja, etc., viviam em comunas ou comuns governados por um alcaide. Aos bairros chamavam-se mourarias (este nome ainda hoje permanece num dos pitorescos bairros de Lisboa).
Como os Judeus, usavam vestuário e sinais específicos. Nestes bairros estavam incomunicáveis com os cristãos entre o pôr e o nascer do sol e a partir do século XIV foram sujeitos a penas graves se contrariassem esta lei. Estas normas foram mantidas durante séculos, o rei D. Afonso Henriques teve um filho de uma moura e D. Afonso III uma filha. Ao contrário dos Judeus a principal ocupação era a agricultura, embora também fossem sapateiros, ferreiros, oleiros. Pagavam à Coroa duros impostos: de capitação, pago desde o nascimento; dízimo dos produtos colhidos em terra que explorassem; imposto sobre o gado, mel e cera; sobre todos os bens que usassem ou possuíssem; sobre o trabalho; sobre compra e venda, etc., etc.
Com D. Manuel I, em 1496, foram apanhados pelo decreto de Expulsão dos Judeus ou saíam do país ou se batizavam ao cristianismo, tomando o nome de mouriscos ou mudéjares. Muitos foram acusados de praticarem o islam pelo Tribunal da Inquisição. Todavia nos processos daquele Tribunal aparecem vários muçulmanos, alguns com nomes sesimbrenses e naturais da vila de Sesimbra, apanhados no século XVII nas malhas do Santo Ofício, embora por pouco tempo:
- Manuel Rodrigues, marinheiro, cativo pelos mouros, fez corso contra cristãos, morador no Maranhão, Brasil.
- António Cacheiro, marinheiro, morador em Sesimbra, filho de João Farto e de Catarina Gaspar.
- Sebastião Correia Peixoto, morador em Mazagão, filho de Diogo Preto Peixoto e de Brites de Deus Correia.
- António Cacheiro, marinheiro, morador em Sesimbra, filho de João Farto e de Catarina Gaspar.
- Sebastião Correia Peixoto, morador em Mazagão, filho de Diogo Preto Peixoto e de Brites de Deus Correia.
Não podemos deixar de referir, pela sua crueldade, castigos infligidos aos Árabes: “…que se corte o pé ao mouro que fuja.”
Em 1249 o domínio árabe terminou definitivamente no território que hoje é Portugal e só em 1492 no Reino de Granada, na Espanha. A partir do século XVII há poucas informações de Árabes/Mouros, porque, ou se misturaram com a população portuguesa, ou conseguiram fugir para zonas muçulmanas.
Os Árabes/Muçulmanos: a Herança e seu Legado em Portugal
Os Árabes/Muçulmanos entraram na Península Ibérica em 711 e focaram até 1249 em Portugal e 1492 na Espanha, tiveram uma influência grande em várias áreas, algumas das quais ainda hoje estão a ser estudadas. Todavia é preciso recordar vários aspectos: as marcas são maiores no sul mediterrânico, onde permaneceram mais tempo; durante séculos eles foram encarados como invasores e por isso a sua cultura desvalorizada e até destruída, como aconteceu, por exemplo, em Lisboa (Lisbûna em árabe). Hoje depois de muitos estudos, há muitas escavações e por isso sabe-se que o legado islâmico no território que hoje é Portugal, embora menor que no oriente peninsular (Espanha), é imenso.
O povo árabe nascido na Península arábica, devido ao comércio que praticava entre o oriente e ocidente, conheceu vários povos com culturas diversas, das quais fez uma amálgama, originando a cultura islâmica/árabe. Esta é influenciada por povos tão distintos como gregos, romanos, bizantinos, indianos, persas, egípcios, judeus, hindus e chineses. Da China os Árabes trouxeram para a Europa invenções importantes, como a bússola, um dos contributos para o avanço dos conhecimentos náuticos e geográficos em Portugal. Veio o papel, tendo fundado na Península Ibérica a primeira fábrica europeia; a pólvora, que contribuiu para revolucionar as técnicas militares. Divulgaram conhecimentos matemáticos, filosóficos e científicos, aos quais foram acrescentando novos conceitos de Álgebra, Medicina, Astronomia e Aritmética. Espalharam, por exemplo, o sistema de numeração arábico, a que chamamos árabe ou decimal.
À semelhança dos Romanos mantiveram um estilo de vida mediterrânico, urbano, luxuoso, visível, não tanto em Portugal, mas nas mesquitas e nos palácios da Espanha, onde o tamanho, a decoração, as casas de banho, as fontes e os jardins manifestam fartura e riqueza. No entanto as cidades de Coimbra, Lisboa, Faro, Évora e outras, foram cidades islamizadas, onde ainda se encontram traços de muralhas, portas, traçados urbanos e vestígios de mesquitas.
De acordo com alguns historiadores a Igreja de Santa Maria de Faro foi erguida sobre as fundações de uma mesquita.
O edifício atual foi começado em 1251, dois anos após a reconquista cristã do povoado,
por ordem do Arcebispo de Braga D. João Viegas.
Erigida sobre uma mesquita após a reconquista da cidade dos mouros pelo Rei D. Dinis, mas sabe-se que o edifício atual teria sido iniciado entre meados e finais do século XII. Mas em Mértola, a mesquita foi transformada e uma igreja, embora com algumas modificações.
A antiga mesquita de Mértola, o mais emblemático monumento da cidade, foi construída na segunda metade do século XII,
posteriormente foi transfomada em uma igreja cristã: Igreja de Nossa Senhora da Assunção de Mértola (Igreja Matriz).
A Igreja Matriz de Mértola é um reaproveitamento cristão da antiga mesquita muçulmana dos séculos XII-XIII. Foi com os cavaleiros da Ordem de Santiago, em 1238, depois de sagrado para o uso do ritual cristão, que este edifício recebeu a sua primeira intervenção, que lhe alterou a sua primitiva configuração de mesquita.Hoje, a Matriz de Mértola apresenta uma temática mudéjar do século XVI. Mas, apesar disso, torna-se possível, a partir de certos elementos arquitetônicos e decorativos, reconstituir a mesquita.
Merece referência a estrutura quadrangular de cinco naves, com a central mais alargada, o nicho poligonal do “mihrab” – nome dado ao nicho que integra os grandes locais de oração muçulmanos e que tinha por finalidade indicar aos fiéis a direção de Makkah – com decoração de arcos polilobados em gesso, e as colunas de suporte da mesquita, ordenadas em fiadas de seis, que sustentavam as quatro sequências de arcos. Uma torre quadrangular, até aos finais do século XVII, foi a nota dominante nos cinco telhados de duas águas que cobriam o edifício. Atualmente, ainda subsistem quatro portas de arco ultrapassado com o seu alfiz. O seu exterior, com a frontaria coroada por ameias intercaladas por grandes coruchéus, deve-se ao reinado de D. Manuel. Não se conhece o artista que reconverteu a antiga mesquita, mas uma remodelação fechou o “mihrab” e algumas entradas.
Outro lugar onde podemos notar a forte influência da arquitetura árabe/islâmica é o Castelo de Silves, originalmente de construção árabe, que remonta ao século VIII. Constituído por muralhas de taipa e espessas torres, ergue-se, no centro, uma enorme cisterna com a abóbada abaulada e cinco arcos de volta inteira.
Já a língua portuguesa sofreu maior influência do Latim, então falado pelos romanos, no entanto o árabe é a segunda constituinte da língua portuguesa, do qual recebeu mais de mil palavras. Certamente vão reconhecer vários vocábulos: relacionados com pessoas, como alcaide, almoxarife, alferes, almirante, arrais, alfândega, atalaia, arsenal, harém, oxalá (queira Deus), salamaleque (do árabe”as-salam’alaik”= a paz esteja contigo); ligados à vida rural e à alimentação: azeitona, azeite, arroz, alfarrobeira, alfazema, alface, algodão, açúcar, açafrão, café, limão, açougue, nora, azenha, açude, alqueire, almude, arrátel, arroba; relativos às ciências: algarismo, álgebra; cáravo ou caravela, barco usado pelos portugueses na época dos Descobrimentos (depois do barinel e antes da nau); muitos nomes próprios: Algarve, Aljezur, Albufeira, Alcântara, Alfama, Azóia, Almoinha, Aiana, Alcorão, (o al significa o) etc., etc.
Há obras literárias, várias inéditas, que descrevem Lisboa como uma cidade bonita com palácios, mesquitas, jardins, termas e mercados. Há lendas de mouras encantadas, há poesia, como a de Ibne Amar, poeta de Silves. O Gharb (território muçulmano que vem a ser Portugal) seria certamente um sítio bom para viver, embora, como já referido, os vestígios sejam reduzidos.
Um outro assunto curioso é o dos provérbios ou ditados populares: há-os das mais variadas proveniências quer ocidental, chinesa, indiana, mexicana ou árabe; têm uma força educativa considerável, talvez porque transmitem em poucas palavras a verdade das coisas e são universais; a cultura popular vai-se espalhando e por vezes perde-se a sua origem; também podem chegar através de um povo que lhes dá a paternidade; pode acontecer permanecer o sentido, mas mudarem os intervenientes devido à nova cultura; a influência também pode estar na forma de pensamento ou na organização das frases. Alguns exemplos:
- “Tal pai, tal filho”;
- “Cada macaco em seu galho”;
- “Casa de ferreiro, espeto de pau”;
- “Mais vale um pássaro na mão, do que dois a voar”;
- “Antes só que mal acompanhado”;
- “Os cães ladram e a caravana passa”;
- “Anda mouro na costa”. Recorda as investidas dos piratas berberes na costa portuguesa. Hoje refere-se a alguém que anda a rondar, interessado.
- (Correr) “Seca e Meca”. É nitidamente árabe, pois Seca era a importante cidade de Córdova (Espanha) e Makkah a cidade santa. Quer dizer fazer muito e não adiantar nada.
- “Cada macaco em seu galho”;
- “Casa de ferreiro, espeto de pau”;
- “Mais vale um pássaro na mão, do que dois a voar”;
- “Antes só que mal acompanhado”;
- “Os cães ladram e a caravana passa”;
- “Anda mouro na costa”. Recorda as investidas dos piratas berberes na costa portuguesa. Hoje refere-se a alguém que anda a rondar, interessado.
- (Correr) “Seca e Meca”. É nitidamente árabe, pois Seca era a importante cidade de Córdova (Espanha) e Makkah a cidade santa. Quer dizer fazer muito e não adiantar nada.
Quando pensamos na economia muçulmana, ocorre-nos logo o seu contributo para uma agricultura de tipo mediterrânico, com introdução de plantas como árvores de fruto, arroz, oliveira, vinha, hortas e o uso de técnicas de regadio com a nora, azenha, canais de rega. Praticaram o comércio interno e internacional, desenvolveram várias indústrias, como a têxtil e a cerâmica. Voltando a Mértola no Alentejo, aí praticaram a pecuária; a cultura de trigo; o comércio fluvial no rio Guadiana e o escoamento da produção mineira próxima (das minas de S. Domingos).
A arte árabe ou moçárabe em Portugal é sobretudo arte móvel, onde os arabescos (motivos geométricos estilizados) são o principal elemento decorativo, embora apareçam também representações vegetalistas e animais; as peças de cerâmica para o dia-a-dia sobressaem nesta produção artística.
Palácio Nacional de Sintra tem como caracteristicas a forte influência do estilo árabe.
A influência árabe também se verifica, por exemplo no Palácio da Vila (Sintra), no revestimento de paredes e chãos a azulejo e mosaico, com técnicas específicas e uma linda paleta de cores importadas da Espanha mourisca. Era uma decoração bonita e barata. No Algarve observa-se em certas regiões umas chaminés brancas com um rendilhado na parte superior. Embora sejam de hoje, lembram os trabalhos dos árabes que ali viveram.
Das artes da construção – arquitetura militar e civil – nada chegou intacto até nós, mas muito tem sido estudado e até recuperado. Um dos casos relevantes é Mértola, onde tem havido restaurações que vão do Bairro à necrópole (espaços funerários) islâmica. Se estudamos património árabe construído é obrigatório recordar a abóbada e o arco de ferradura que embora fosse utilizado na Península Ibérica antes dos islâmicos, passou a ser a sua imagem que marca a presença da cultura islâmica. Em Portugal este arco aparece do Norte até ao Algarve.
Palácio Nacional da Pena - Monte da Lua em Sintra, ricamente decorado com o estilo arquitetônico neo-islâmico.
É importante não confundirmos a arte islâmica ou árabe, com a neo-árabe que é uma arte contemporânea (fins do século XIX) que pretendia imitar e recriar com luxo e exotismo a arquitetura muçulmana. Como por exemplo algumas obras neo-árabes: Praça de Touros de Lisboa, Salão árabe no Palácio da Bolsa no Porto, Pátio interior da Casa do Alentejo em Lisboa, e no Brasil o Pavilhão Mourisco no Rio de Janeiro, e a fachada do Mercado Municipal de Campinas.
A Cidade De Fatima
O nome da cidade (antigamente aldeia e depois vila) vem do nome árabe Fátima (Fāţimah, Árabe: فاطمة ). Este era o nome de uma das filhas do profeta Muhammad. Fátima é uma cidade Portuguesa, sede de uma Freguesia do Concelho de Ourém, pertencente ao Distrito de Santarém. Localiza-se aproximadamente a 123 km de Lisboa e a 187 km do Porto.
O nome topográfico Fátima tem origem moura (árabe/muçulmana), segundo historiadores, Fátima era uma princesa Moura, que foi raptada aquando da reconquista cristã sob o comando de D. Afonso Henriques, tendo sido dada em casamento a um conde de Ourém (Gonçalo Hermigues), em 1158. A princesa recebeu então o nome de Oureana. De forma a homenagear os seus antepassados deu o nome de Fátima ao primeiro lugarejo que a acolheu e posteriormente o seu nome à Vila Nova de Ourém.
Os Árabes/Muçulmanos em Sesimbra
Sesimbra é um município de cerca de 38000 habitantes espalhados por três freguesias, rodeado de elevações a norte, leste e oeste, banhado pelo Oceano Atlântico a Sul e a Oeste, localizado a uns 30 km a sul de Lisboa, ficando portanto na margem sul do rio Tejo e também à mesma distância da cidade de Setúbal. Também nestas terras a investigação tem contribuído para mostrar o legado islâmico. Há pouco tempo foi descoberta uma placa epigráfica árabe na gruta 4 de Maio: é de madeira compacta, retangular, com 58 centímetros de comprimento por 15,5 de largura e 1 centímetro de espessura.
Tabua encontrada em Sesimbra, com trechos do Alcorão em língua árabe.
Segundo uma arabista esta placa poderia servir para o estudo do Corão e da língua árabe e é provavelmente do século XII, talvez da altura em que os cristãos conquistaram pela 1ª vez o Castelo de Sesimbra e por isso os árabes a esconderam. Numa outra gruta – Lapa do Fumo – ocupada desde a Pré-História e, na Idade Média por muçulmanos provenientes do Norte de África, foram encontrados oitenta quirates de prata, moedas islâmicas cunhadas em Silves (pelo menos algumas) no século XII e algumas panelas do mesmo século.
Castelo de Sesimbra também conhecido como Castelo do Mouros.
Se estas marcas provam a presença muçulmana por estas paragens, a história de Portugal também. Como já sabemos esta ensina-nos que Portugal nasceu no século XII, que os reis de Portugal continuam o movimento da Reconquista iniciado no século IX, embora os Árabes nem sempre o permitam. D. Afonso Henriques, depois de conquistar Lisboa e Santarém em 1147, em 1165 passa o rio Tejo conquistando Palmela e chegando a Sesimbra a qual retoma dos mouros. Mas como a Reconquista é feita de avanços e recuos, ainda no século XII os muçulmanos reconquistam várias praças portuguesas.
Em 1201, Sesimbra recebe Carta de Foral (documento com os direitos e deveres duma povoação) do rei D. Sancho I. Assim, esta comunidade cristã, essencialmente rural, embora também ligada ao mar, vai-se desenvolvendo. O controlo militar, administrativo e a organização dos seus recursos e das suas gentes vai centrar-se no Castelo, entretanto reconstruído. Neste Castelo viveu uma população, ora influenciada pela cultura islâmica, ora pela cristã, como o provam as cisternas, os silos, um lagar, os vestígios de cerâmicas islâmicas (louças, telhas e até peças de jogo).
As marcas árabes são também visíveis na toponímia: ligada à pesca – xávega, almadravas, ou arrais; Azóia, Zambujal, Almoínha, Aiana, Alfarim, Amieira, Apostiça, Albufeira, Arrábida. Em expressões, como “Anda mouro na costa”, já referida no texto anterior.
Próximo de Sesimbra fica a Serra da Arrábida e o Cabo Espichel. É provável, assim o dizem os especialistas, que o culto católico a Nossa Senhora do Cabo (Espichel) existente desde pelo menos o século XIV, e que ele seja uma reatualizarão do da época muçulmana em que já se organizavam peregrinações religiosas. Muito próximo dali fica a Ermida da Memória que tem forma cúbica e zimbório semiesférico, recordando a Kaaba na cidade sagrada de Makkah. O topónimo Arrábida em árabe significa convento fortificado para guardar fronteira, o que poderá lembrar o local onde habitavam homens que meditavam na grandeza de Deus.
Influências da Língua Árabe no Português
O Português é uma língua derivada dos dialetos latinos, românicos peninsulares ou simplesmente romance, que resultaram da mistura do latim vulgar, falado pelos soldados romanos, com os dialetos locais existentes na Península Ibérica à data da sua ocupação.
O Português sofre inevitavelmente a influência da Língua Árabe durante o período Islâmico. É não só muito influenciada pelos dialetos moçárabes falados no Sul da Lusitânia, que absorvem inúmeras palavras Árabes, como posteriormente pelos mudéjares que adoptam o romance como sua língua. Apesar dos mais de 500 anos que durou a presença Árabe em Portugal essa influência refere-se essencialmente aos substantivos, pelo que não podemos falar de uma influência estrutural ou gramatical.
Em termos de não substantivos absorvidos pelo português refiro o advérbio Até, os adjetivos Mesquinho e Azul, o pronome indefinido Fulano e três interjeições: Arre!, Rua! e Oxalá. Os substantivos, que a generalidade dos autores apontam para um número de cerca de 1.000, apresentam características fonéticas particulares.
A grande maioria dos substantivos começa com o artigo definido Al (o ou a), muitas vezes com o l assimilado à consoante inicial do substantivo, concretamente quando esta é uma consoante solar.
No alfabeto Árabe não existem vogais, mas apenas consoantes, e as consoantes dividem-se em consoantes lunares e consoantes solares. As consoantes lunares não têm influência na pronúncia do l do artigo Al, quando constituem a letra inicial da palavra, como por exemplo em Alferes (o cavaleiro), Almeida (a mesa) ou Alcântara (a ponte).
No alfabeto Árabe não existem vogais, mas apenas consoantes, e as consoantes dividem-se em consoantes lunares e consoantes solares. As consoantes lunares não têm influência na pronúncia do l do artigo Al, quando constituem a letra inicial da palavra, como por exemplo em Alferes (o cavaleiro), Almeida (a mesa) ou Alcântara (a ponte).
Mas as consoante solares quando colocadas na mesma posição assimilam o l do artigo Al, duplicando o seu valor. Por exemplo Azeite escreve-se Alzeite em Árabe, mas pronuncia-se Azzeite pelo facto de o z ser uma consoante solar. Daí a origem de termos como Azulejo, Açorda ou Atalaia.
Outras formas comuns de início de termos de origem Árabe são as palavras que começam por x (Xadrez, Xarope ou Xerife) ou por enx (Enxaqueca,Enxoval ou Enxofre).
Outras palavras são caracterizadas pela terminação, como as que terminam em i (Javali, Mufti ou Sufi), em il (Cordovil, Mandil ou Anil), em im (Alecrim, Carmesim ou Cetim) e as terminadas em afe ou aque (Alcadafe, Almanaque ou Atabeque).
Outras palavras são caracterizadas pela terminação, como as que terminam em i (Javali, Mufti ou Sufi), em il (Cordovil, Mandil ou Anil), em im (Alecrim, Carmesim ou Cetim) e as terminadas em afe ou aque (Alcadafe, Almanaque ou Atabeque).
Algumas consoantes Árabes não entram nos vocábulos portugueses por uma questão de não se adaptarem à forma de pronunciar do português, como o hque geralmente se transforma em f, como em Alfama (do Árabe Alhammam), Alfazema (do Árabe Alhuzaima) ou Alface (do Árabe Alhassa).
Os substantivos podem ser agrupados em várias categorias, maioritariamente relativas a inovações ou contributos que os Árabes introduziram na nossa sociedade, e a topónimos, que se observam de Norte a Sul do País e que muitas vezes aportam informações sobre o passado das próprias localidades.
No primeiro caso refiram-se as designações de cargos públicos (Alcaide, Almoxarife ou Alferes), termos de tipologias de edificações (Alcácer, Alcáçova ou Aljube), de construção (Alvenaria, Azulejo ou Açoteia), de instituições administrativas (Aldeia, Arrabalde ou Alfândega), de plantas (Arroz,Alfazema ou Alfarroba), de frutos (Tâmara, Romã ou Ameixa), de profissões (Alfaiate, Almocreve ou Alfaqueque), de termos relacionados com a agricultura (Enxada, Alcatruz ou Azenha), com a atividade militar (Adaga, Arsenal ou Arrebate), de termos médicos (Xarope, Enxaqueca ou Chá), de termos geográficos (Azinhaga, Lezíria ou Albufeira), de unidades de medida (Alqueire, Arroba ou Arrátel), de animais (Alcatraz, Lacrau ou Javali), de adereços (Alfinete, Almofada ou Alcatifa), de instrumentos musicais (Adufe, Alaúde ou Rabeca), de produtos agrícolas e industriais (Azeite, Álcool ou Alcatrão), das ciências exatas (Álgebra, Algarismo ou Cifra).
No caso dos topónimos, para além da grande maioria de termos iniciados pelo artigo Al ou pela sua forma com o l assimilado, existem outros com origem comum, que podemos agrupar.
Por exemplo, os topónimos iniciados por Ode (do Árabe Ued ou Rio), como Odemira, Odeceixe ou Odeleite. Os iniciados por Ben (em Árabe Ben ou Ibn significa Filho, mas em toponímia tem o significado de Lugar), como Bensafrim, Benfarras ou Benamor. A título de curiosidade refiram-se alguns topónimos de origem Árabe com indicação do seu significado:
No caso dos topónimos, para além da grande maioria de termos iniciados pelo artigo Al ou pela sua forma com o l assimilado, existem outros com origem comum, que podemos agrupar.
Por exemplo, os topónimos iniciados por Ode (do Árabe Ued ou Rio), como Odemira, Odeceixe ou Odeleite. Os iniciados por Ben (em Árabe Ben ou Ibn significa Filho, mas em toponímia tem o significado de Lugar), como Bensafrim, Benfarras ou Benamor. A título de curiosidade refiram-se alguns topónimos de origem Árabe com indicação do seu significado:
Albarraque (Albarrak, ou o brilhante), Albufeira (Albuhaira, ou a pequena barragem), Alcácer (Alqassr, ou o castelo), Alcáçovas (Alqassba, ou a cidadela fortificada), Alcaidaria (a chefia), Alcaide (o chefe), Alcains (Alkanissa, ou a igreja), Alcântara (a ponte), Alcantarilha (diminutivo de Alcântara),Alcaria (a aldeia), Alcobaça (Alkubasha, ou os carneiros), Alcochete (Alqucha, ou o forno), Alcoentre (Alqunaitara, ou a ponte pequena), Alfama(Alhammam, ou os banhos), Alfambras (Alhamra, ou a vermelha), Alfarim (Alfarish, ou corte de floresta, no sentido de industria madeireira),Alfarrobeira (Alharruba, o mesmo que em português), Alferce (a picareta), Algarve (Algharb, ou o Ocidente), Algeruz (o canal), Algés (Aljaich, ou o exército), Algueirão (Aljairan, ou as grutas), Alhandra (Alhammam, ou os banhos), Aljezur (Aljazair, ou as ilhas), Almacave (Almaqabara, ou os cemitérios), Almada (Almadin, ou a mina), Almansil (a estalagem), Almargem (Almarjan, ou o prado), Almedina (a cidade), Almoçageme (Almassjid, ou a mesquita), Almodôvar (Almudura, ou o cercado redondo), Alqueidão (Alhaima, ou a tenda), Alvaiázere (Albaiaz, ou o falcoeiro), Alvalade(Albalad, ou o campo), Alverca (Albirka, ou o pântano), Alvor (Albir, ou o poço), Alvorge (Alburj, ou a torre), Arrábida (lugar de oração), Asseca(caminho recto e plano), Atalaia (lugar alto de onde se exerce vigilância), Azambuja (o zambujeiro), Azeitão (zona de produção de azeite), Azóia (Azauia, ou lugar de oração), Bensafrim (Ben Safarin, ou lugar dos feiticeiros), Bobadela (Bu abdallah, ou filho do escravo de Deus), Boliqueime (Bu Alhakim, nome próprio), Cacém (nome próprio, que significa aquele que testemunha), Caneças (Kanissa, ou igreja), Cuba (pequena torre), Faro (Harun, nome próprio), Fátima (nome da filha do Profeta Muhammad), Loulé (Al’ulia, ou a alta), Mafamude (Mahmmud, um dos nome do Profeta), Mafra (Mahfra, ou cova),Malhada (lugar de travessia de um rio), Marvão (Marwan, nome próprio), Massamá (Maktamá, ou nascente de água), Mesquita (Massjid, o mesmo que em português), Messejana (prisão), Odemira (Ued Amira, ou rio da princesa), Palmela (Bismillah, ou em nome de Deus), Queluz (vale da amendoeira), Safara (Sahara, ou deserta), Salema (Salama, ou paz).
*** Os moçárabes (do árabe مستعرب musta'rib, "arabizado")[1] eram cristãos ibéricos que viviam sob o governo muçulmano no Al-Andalus. Os seus descendentes não se converteram ao Islam, mas adoptaram elementos da língua e cultura árabe. Eram principalmente católicos romanos de rito visigótico ou moçárabe.
*** Mudéjar é um termo que deriva da palavra em árabe: مدجّن [mudaǧǧan] que significa "doméstico" ou "domesticado" e que se utiliza para designar os muçulmanos ibéricos que permaneceram vivendo em território conquistado pelos cristãos, e sob o seu controlo político, durante o longo processo da chamada Reconquista, que se desenvolveu ao longo da Idade Média na península Ibérica. A estes muçulmanos foi permitido prosseguir a prática da sua religião, utilizar o seu idioma e manter os seus costumes. Durante a Idade Moderna foram obrigados a converter-se ao cristianismo, passando assim a denominar-se mouriscos.
Resumo
A presença muçulmana em Portugal desenvolveu-se os centros urbanos de al-Usbuna (Lisboa) e Santarin (Santarém). No Baixo Alentejo, as cidades de Baja (Beja) e Martula (Mértola) e, no Algarve — onde a presença muçulmana se manteve por seis séculos — surgiram Silb (Silves) e Santa Mariya al-Harum (Faro). Os árabes — designação genérica de um conjunto de populações berberes, sírias, egípcias e outras — substituíram os antigos senhores visigodos. Mostraram-se, em geral, tolerantes com os usos e costumes locais, admitindo as práticas religiosas das populações submetidas e criando condições para os frutíferos contatos econômico e cultural que se estabeleceram entre cristãos e muçulmanos.
Os vestígios materiais da longa permanência muçulmana ficam aquém das expectativas, principalmente porque a política cristã de reconquista foi a de "terra arrasada". Cada localidade retomada aos árabes era destruída e os objetos e construções queimados em fogueiras que ardiam durante dias. Mas restaram alguns elementos que atestam este período da vida portuguesa, principalmente nas muralhas e castelos, bem como no traçado de ruelas e becos de algumas cidades do sul do país. Não restaram grandes monumentos, fato que se explica pela situação periférica do território português em relação aos grandes centros culturais islâmicos do sul da península.
A igreja matriz de Mértola é a única estrutura em que se reconhecem os traços de uma mesquita. São testemunhos da ascendência árabe os terraços das casas algarvias, as artes decorativas, os azulejos, os ferros forjados e os objetos de luxo: tapetes, trabalhos de couro e em metal. Com a tradução de inúmeras obras científicas, desenvolveram-se a química, a medicina e a matemática, sendo de origem árabe o sistema de numeração ocidental. A influência árabe foi particularmente importante na vida rural, sendo determinante o desenvolvimento de técnicas de regadio a partir de usos peninsulares e romanos. Através da introdução de novas plantas — o limoeiro, a laranjeira azeda, a amendoeira, provavelmente o arroz, e do desenvolvimento da cultura da oliveira, da alfarrobeira e da plantação de grandes pomares (são famosos os figos e uvas do Algarve e as maçãs de Sintra) reforçaram a vocação agrícola da região mediterrânea.
A ocupação islâmica não provocou alterações na estrutura linguística que se manteve latina, mas contribuiu com mais de 1000 vocábulos, sobretudo substantivos referentes a vestuário, mobiliário, agricultura, instrumentos científicos e utensílios diversos. As constantes lutas internas, além das cíclicas tentativas de fragmentação do estado islâmico peninsular, contribuíram para o avanço cristão que, lentamente, foi empurrando os muçulmanos para sul. A luta entre cristãos e muçulmanos arrastou-se, com avanços e recuos, ao longo de seis séculos, sendo o Algarves acrescentado ao território português em 1249, no reinado de Afonso III.
Os numerosos descendentes dos árabes que, após a Reconquista, permaneceram em Portugal, viviam nas mourarias, arrabaldes semi-rurais junto dos muros das cidades e vilas, das quais se conserva a memória, nos nomes e nas plantas de mais de vinte localidades, como Lisboa e muitas outras ao sul do Tejo.
Por mais que o ocidente tente esconder a contribuição dos muçulmanos no desenvolvimento do conhecimento e das ciências no mundo, cada vez mais podemos notar que a história por si só nos revela que os muçulmanos impulsionados pelo Islam, contribuíram e muito para o desenvolvimento da sabedoria para toda a humanidade.
Esta é uma lista de nomes de cidades, vilas e freguesias portuguesas em árabe (sendo que em algumas situações o nome atual deriva diretamente do topónimo árabe):
Povoação portuguesa
|
Nome árabe
|
Alandroal
| |
Albarraque
| |
Albufeira
|
al-Buhera
|
Alburitel
| |
al-Qibdhaq
| |
al-Qasr-al-Baja ou al-Qasr abu Danis (قصر أبي دانس)
| |
al-Qasba
| |
al-Kanisa
| |
al-Qantara
| |
diminutivo de al-Qantara
| |
al-Qariya
| |
al-Qubasha (carneiro); também pode derivar do latim Helicobatia
| |
derivado do latim Alcoutinium, manteve-se durante a ocupação muçulmana
| |
al-Hamma (fonte, lugar de banhos)
| |
al-Gharb
| |
al-Jeis
| |
al-Ghuz (ﺰﻐﻠا )
| |
al-Gar
| |
al-Hamma (fonte, lugar de banhos)
| |
al-Jazirah (ﺮﺰﺠﻠا ilha, península)
| |
al-Lustr
| |
al-Mugabar (cemitério)
| |
Hisn al-Madin (حصن المعدن)
| |
al-Marje
| |
al-Mairim (talvez um antropónimo)
| |
al-Mudawwar (المدوّر)
| |
al-Monasterium (contracção do artigo definido árabe al- com o substantivo latino monasterium)
| |
al-Qaiatun (tenda; passagem estreira)
| |
al-Baiaq
| |
al-Balat
| |
al-Birka ou al-Borka
| |
Albur
| |
al-burj, (البرج)
| |
al-Bajah az-Zayt (باجة الزيت)
| |
abu 'Abd Allah (أبو عبد الله, filho do servo de Allah)
| |
Hisn-Qastalla
| |
al-Qashim (divisão)
| |
al-Qaya
| |
al-Kanisa (igreja)
| |
al-Qasruh
| |
al-Qulumriyya (قلمريّة), ou mais raramente Kuwīmbrā (كويمبرا)
| |
al-Bash
| |
al-Yabura (يابرة)
| |
Actualmente, Santiago da Guarda. O nome anterior, muçulmano, significa "Foice do Amim".
| |
al-Farun ou al-Harun (فارو)
al-Uqshunuba [Ossónoba] (أخشونبة) Shantamariyyat al-Gharb [Santa Maria do Ocidente/Santa Maria do Algarve] (شنتمريّة الغرب) | |
al-Fatimah (فاطمة)
| |
al-Antaniya
| |
al-Julumaniya
| |
al-Zawiya
| |
al-Ushbuna (الأشبونة) raramente al-Lishbuna (لشبونة)
| |
al-'Ulyâ (ﺎﻴﻠﻌﻟﺍ)
| |
Marajiq
| |
Marwan (مروان), de Ibn Marwan
| |
al-Massamah (que está no alto; lugar onde se toma boa água)
| |
al-Martulah (مارتلة)
| |
al-Masjana (cárcere, prisão)
| |
Munt Shiyun (do latim Mons Sanctus)
| |
al-Masqba
| |
al-Manijah ou al-Maura
| |
wadi-Lait
| |
al-Uadhra
| |
wadi-Bala'a
| |
al-Hain
| |
Uryūlâ (أريولة), Ūryūlâ (أوريولة)
| |
Bantar (ﺮﻄﻨﺑ)
| |
Burj Munt (Monte da Torre)
| |
Burtuqal (برتقال), ou mais raramente, Ūbūrtū (أوبورتو)
| |
Qâlluz (vale da amendoeira)
| |
aš-Šaqaban (شقبان)
| |
Saqris
| |
al-Zawiya (الزاوية) [al-Taytal]
| |
as-Shantariyn ou Santaryn (شنترين) ([cidade de] Santa Iria / Santa Irene)
| |
Šanbras (ﺲﺮﺒﻨﺷ)
| |
al-Kanisa (igreja)
| |
Šaqūrâ (شقورة)
| |
Shirba
| |
as-Shilb (شلب)
| |
as-Shantara
| |
at-Tabira
| |
at-Talanna
| |
at-Tunis (تونس)
| |
as-Shirush
|
confira a galeria de imagens da presença árabe/muçulmana em Al Gharb-Al-Ânadaluz:
Fonte: www.islambr.com.br
الوجود الإسلامي في البرتغال
كان الغرب في الأندلس معظم الجزء الغربي من الأندلس، وهو ما يقابل جزءا من البرتغال، وكان المسلمون في هذه المنطقة 712-1249.
عبرت المسلمين مضيق جبل طارق، وبدأ غزو شبه الجزيرة الايبيرية، والأندلس. شبه الجزيرة غرب تأثير البحر الأبيض المتوسط، وغرب الأندلس - يعادل تقريبا حدود وسيتانيا القديمة - على الرغم من فوز الاخوان بشكل مكثف ألا تتولى دور مناطق أخرى من الأندلس، ومقاومة دائما عمليات المركزية في قرطبة (كوردوبا) أو في وقت لاحق في اشبيلية. شملت خمسة أقاليم رئيسية غرب المقابلة لمدة كويمبرا، مصب التاجة، وألينتيخو ألتو، وألينتيخو الجارف لل.
امتدت هذه الأراضي حتى إلى الأندلس الغربية الحالية وإكستريمادورا. وقفت في مدن كويمبرا، لشبونة، سانتاريم، شلب، ميرطولا، فارو، وبطليوس ميريدا. بدأ الغرب في التراجع خلال الاسترداد، والتي ملوك المسيحية في شمال شبه الجزيرة، بما في ذلك D. أنريكي أفونسو، بدأت لقهر إقليم جنوب غرب تميزت نهاية مع الغزو الجارف من قبل الملك أفونسو الثالث.
المملكة الجارف
مملكة الجارف، كانت مملكة قديمة التي كانت موجودة في منطقة الغارف في البرتغال. الجرف (من العربية "غرب الأندلس،" آل غرب، 'الغرب'، و "الأندلس") كان يعتبر، على مدى قرون، وحتى إعلان الجمهورية البرتغالية على 5 أكتوبر 1910 كما عهد الثاني من التاج البرتغالي - مملكة القانون منفصلة عن البرتغال، على الرغم من أنها في الواقع لم يكن المؤسسات والمنتديات أو امتيازات خاصة، حتى الحكم الذاتي - في الممارسة العملية، كان مجرد لقب فخري على المنطقة في / مقاطعة التي كان شيئا مختلفا عن بقية البرتغال.
ولكن لاحظ أن أيا من أي وقت مضى توج الملك البرتغالي وأشاد بأنها فقط "ملك الجارف" - في لحظة تكريس، واشاد ب "ملك البرتغال والغارف على" (حتى 1471)، و "لاحقا ملك البرتغال والغارف "(من 1471).
أول الفتح
لقب "ملك الجارف" استخدم لأول مرة من قبل I سانشو البرتغال، أثناء الغزو الأول من شلب (البرتغال) في 1189. كان مجرد شلب مدينة الإمبراطورية الموحدية، منذ هذا الوقت في جميع أنحاء الأندلسي وحدت انه في ظل حكمه. D. بالتالي تستخدم بالتناوب على سانشو على شهادات "ملك البرتغال وشلب" الصيغ أو "ملك البرتغال والغارف في"؛ ". ملك البرتغال وشلب في الغارف" مترافق بشكل استثنائي في جميع الألقاب الثلاثة السبب الوحيد الذي يمكن أن يبرر هذا الاستحقاق الجديد يتصل شبه الجزيرة التقاليد الملكية، إضافة إلى لقب الملك من الإنجازات التي تحققت (فعلى سبيل المثال، ملوك قشتالة ليون وكانت أيضا "ملوك طليطلة، إشبيلية، الخ "). مع الغزو مسلم من شلب في 1191، توقف الملك لاستخدام هذا اللقب.
الاسترداد
فإن الإمبراطورية الموحدية تنهار في هيسبانيا (اسبانيا) في 1234، إلى عدة أصغر حل الإمارات، والطوائف. كان يعلق على جنوب البرتغال لا تزال في يد مسلم إلى ملوك الطوائف من Niebla، في إسبانيا الحديثة، التي أعلنت الامير محمد بن ناصر بن موسى بن محفوظ، نفسه بعد ذلك بوقت قصير "ملك الجارف" (أمير الغرب) منذ دولتكم المفهوم، في الواقع، في المنطقة الغربية من مسلم أندلسي. في الوقت نفسه، واصلت القشتالية والبرتغالية الفتوحات إلى الجنوب. في عهد الملك غزا سانشو الثاني هو في نهاية المطاف الساحات ألينتيخو وحتى الحديثة من الجرف، على الضفة اليمنى من جواديانا نهر، وتاريخ شهادته وتنازل لاحقا، غادر قد الجرف الجيوب فقط مسلم الصغيرة في لاجوس، فارو، لولي والبوفيرا التي، بسبب الانقطاع الإقليمية والمسافة التي تفصل بينهما من Niebla، أصبحت مستقلة عن المجال الخاص بك.
لذلك، في الواقع، فإن سانشو الثاني للبرتغال تظهر الملك البرتغالية الثانية لتكون قادرة على استخدام لقب الملك الجرف، في أعقاب جده - التي ربما لم فقط بسبب مخاوفهم المحلية الأخرى، بما في ذلك الحرب الأهلية التي عارضت شقيقه، إيرل بولونيا وأفونسو الرضع. في الواقع، كان هذا هو، اعتلى العرش في 1248، قام غزو جيب مغاربي مشاركة في الجرف، في 1249 بافتراض عنوان "ملك البرتغال والغارف"، والتي لن يتم استخدامها من قبل خلفائه حتى نهاية النظام الملكي في البرتغال.
ملك وأمير Niebla الجارف، في مواجهة الغزوات البرتغالية التي ارتكبها في أراضيها، أصبحت تابعة للX قشتالة ألفونسو (الذي اجتاز هذا الملك أيضا باستخدام عنوان الجارف من إنجازاتهم متعددة) ، مما أتاح له التمكن من الغارف البرتغالية. لذلك، على الأرجح، فإن استحقاق III أفونسو من البرتغال بمثابة رد فعل على هذا الموقف من قبل القشتالية المجاورة، ويهدف إلى تعزيز حقوق العاهل البرتغالي على المنطقة المعنية (منذ ذلك الحين، كما ذكر سابقا، فإن استحقاق ولم مركز المملكة لا تتوافق لا امتيازات ولا المنتديات الاستقلال الذاتي أو الخاصة).
أعطى الملك ألفونسو X تم حل هذه المسألة في نهاية المطاف بين الملوك من قشتالة والبرتغال، بموجب معاهدة بطليوس في 1267، مطالباتهم على الغرب القديم الأندلس، مما جعل حفيده D. Dinis ريثا للعرش الجارف، الذي تمليه ولايته إدراجها في التاج البرتغالي. المتحفظة، ومع ذلك، لاستخدام عنوان لنفسه وذريته، وبعد أن حصلت في رفات 1262 من مملكة Niebla / الجارف، وتقع خارج Odiana بالفعل - ملوك قشتالة أخرى، وبعد إسبانيا، إلى الصعود واصل عرش الملكة اليزابيث الثانية (1833)، لاستخدامها بين عناوينها كثيرة.
الفن الإسلامي في البرتغال
الفن الإسلامي وضعت في البرتغال خلال وجود مسلم في البلاد (712-1249). فن مصطلح يشير الإسلامية إلى محرك الأقراص الإبداعية من فن العمارة المميزة وحضارة من النطاق الجغرافي كبيرة. في الأيام الأولى للإسلام جاء الفن الغني والمتنوع على أساس التقاليد الكلاسيكية، في الشعوب الشرقية البيزنطية والفارسية وغيرها من غزا. أعطى أصالة الهياكل المعمارية والزخارف الزينة تؤدي إلى فن في حد ذاته، مسلم عادة.
ومما لا شك فيه الزخرفة واحدة من الجوانب التي ساهمت في توحيد الفن الإسلامي. شغل ظاهرة وفرة كبيرة من الأسطح المزينة يتسبب في الهياكل تبقى مخفية جزئيا، مع كل مساحة الديكور المعروفة باسم الرعب فارغة. العناصر الزخرفية المتكررة -، الكوني هندسية والخط والزخارف النباتية المجردة - والجمع بين المواد والقوام تؤدي إلى تأثير ثلاثي الأبعاد الذي يعطي المباني هالة معينة من الغموض والوئام، والتي تساهم أيضا في ضوء وجود المياه. العناصر الزخرفية الأخرى هي الحلي الأكثر تميزا في الجص.
رفض أي صورة رمزية (aniconism) هو أيضا من سمات الفن الإسلامي. بسبب الخوف من وثنية، أو عبادة الصور التي ترمز الكائنات أخروي.
في الهندسة المعمارية تبرز المباني ذات الطابع الديني، والمساجد، وأصل الذي كان منزل النبي محمد في المدينة المنورة في المملكة العربية السعودية اليوم. جاء الهياكل الأولى من النظام الديني بعد النزوح من وسط المدينة إلى قوة دمشق والقدس وقبة الصخرة في القدس، وكذلك مسجد دمشق.
الفن الإسلامي في الغرب الأندلس
مع إمارة الأموية في قرطبة، والتي استمرت حتى 1031، الأندلس، أصبح أهم نقطة في الغرب الإسلامي. وضعت أنماط ثقافية مميزة جدا بسبب الوضع الجغرافي للأراضي، والاتصال بين الثقافات المسيحية ومسلم وتأثير الغزاة السابقة: الرومان والقوط الغربيين. كان الفن في الغرب يشبه إلى حد كبير ما تبقى من شبه الجزيرة الإيبيرية، على الرغم من أن آثار أننا لم نصل عظمة مذهلة من قرطبة وإشبيلية وغرناطة بسبب موقفها فيما يتعلق الطرفية مراكز كبيرة من الطاقة
وتخطيط المدن، والهندسة المعمارية والمدنية والعسكرية، والدينية، وأدوات الاستخدام اليومي، والأكثر نموا في المجالات الفنية الفن الإسلامي في الغرب الأندلس. وشكل حدوة حصان، تأثير القوط الغربيين، ومن المؤكد أن الصورة لفتا للحضارة مسلم في البرتغال واسبانيا. الصورة، مرتبطة المعالم الأكثر شهرة المدنية والدينية، وسوف تصبح بسرعة الخلط، بشكل دائم، مع فنهم الإسلامية الخاصة.
كانت اللوحة والنحت المناطق المتخلفة، لأسباب دينية، إلا في حالة الفنون الزخرفية، وذلك لتجميل المباني والكائنات. ملحوظة هي عواصم الأعمدة. كان الفخار دورا هاما جدا في Alcarias Alcáçovas اليومية والإسلامية. استمرت العديد من أشكال واستخدامات الكائنات التي تنتجها الحرفيين من العصر حتى الوقت الحاضر.
التمدن
مسلم بعد الفتح في القرن الثامن، كانت المنطقة سنترا المحتلة، وبنى تحصينات بدائية المنحدرات، بين الثامن والقرن التاسع. وتقع المدن الإسلامية في نقاط استراتيجية في الغرب، القائد العام والمجاري المائية الرئيسية، مثل: آل Uśbuna (لشبونة)، Santarin (سانتاريم)، Kulūmriyya (كويمبرا)، Mārtula (ميرطولا) أو Silb (شلب) . وreaproveitaram المدن الإسلامية مساحات والهياكل والمواد من الفترة الرومانية.
في قلعة الكازار ومحصنة مع وظائف بحتة العسكرية، ومنطقة سكنية، حيث بلغ القصور رئيس البلدية، والتبعيات للمحكمة والمساكن، من بين أمور أخرى، والموظفين العسكريين متصلا القصر. وكانت ضواحي نوع من المناطق والضواحي السكنية خارج أسوار المدينة.
قلعة سيلفش، الجارف، البرتغال. يشكل أكبر قلعة في الغارف،
اعتبار أرقى مثال على العمارة العسكرية الإسلامية في البلاد.
في المدن الكبرى لا يزال هناك المدينة المنورة، حيث كانت المباني الرئيسية العامة، السياسية والدينية على حد سواء، بما في ذلك الجامع العالي - المسجد الرئيسي في المدينة. كان يحيط المدينة القديمة بجدار أو سياج التي تفصل لها من الضواحي. كان مدخل المدينة المنورة الوحيدة الممكنة أثناء النهار، لأن في الليل تم إغلاق البوابات في الجدار القائم.
مغاربي القلعة في سينترا في البرتغال - التي بناها المغاربة في القرن التاسع.
في الأحياء السكنية، والبيوت المطلة الأسوار - والشوارع المتعرجة اللف - الذي كان في كثير من الأحيان لا مخرج. كانت المنازل الهياكل جدا "الانطواء"، منذ الفتحات إلى الخارج كانت قليلة وذلك لحماية خصوصية الأسرة. تعتمد المدينة المحيطة مباشرة الحقول والبساتين، التي ملأت اليومية أسواقها، وحتى بعض القرى الريفية - وAlcarias.
القلعة التي ميرطولا من القرن الثامن اجتمع سيطرة مسلم،
والتي كانت مسؤولة عن إعادة تشكيل حصون هذه القرية مزدهرة.
يمكن أن يكون Alcaria قرية واحدة، محصنة أم لا، أو يمكن تجميع بعض القرى الصغيرة التي كان معا، محيط المحصنة حيث يمكن أن تبقى الماشية في حالة الخطر. النوع الأول من Alcaria موجود فقط بشكل رئيسي في ألينتيخو ألتو. أما النوع الثاني من Alcarias، ويرتبط مع المدن الصغيرة، هناك ما هو أكثر في الغالب في ألينتيخو والغارف.
هندسة معمارية
حدوة حصان الأقواس من قلعة شلب والبرتغال.
في العمارة الإسلامية وقد اعتمدت مختلف الحلول وتقنيات البناء من أجل حل المشاكل الهيكلية في المباني. الأقواس، بما في ذلك الأقواس حدوة حصان، تحتل مكانة هامة. الأقواس مع أعمدة ذات تيجان أحيانا عمل غنية واستخدمت أيضا واحدة من الحلول الهيكلية. الأقواس حدوة حصان القليلة التي لا تزال في البرتغال حتى يومنا هذا: ميناء مدينة فارو، واحدة من المداخل إلى المدينة المنورة من إلفاس، وأربعة أبواب مسجد ميرطولا لا تزال تجد بعض هذه الأقواس في حالة جيدة جدا.
أما بالنسبة للعواصم، على الرغم من العديد من وصلنا إلى يومنا هذا، تظهر خارج سياقها الأولي. كانت الجدران الطينية أيضا مواد البناء الأساسية على النحو للهياكل عديدة. ويتخلل الطين في بعض الأحيان مع أعمدة من الطوب. إذا أفقر Taipas، ومعطف مع الجير ضرورية لطول العمر للعمل.
العربية / المسلمين - أصل والتوسع والتواجد في البرتغال
ومن المثير للاهتمام أن نعرف أن في البرتغال وتعيينه بطرق مختلفة اعتمادا على زاوية التحليل: المسلمون (والذين يقدمون إلى الله)؛ الإسلاميين (الذين يمارسون تلك الإسلام)، فتحها المسلمون (الذين حققوا الانتصارات شبه الجزيرة الايبيرية)، المور (لل الطبيعية المغرب الذين كانوا في شبه الجزيرة الايبيرية).
لدى وصوله الى شبه الجزيرة الايبيرية (الأندلس)، وكان المسلمون قادرين على التمتع الانحطاط التي احتلت مملكة القوط الغربيين في 711. وصلت إلى العرب أستورياس (شمال غرب الجبال من شبه الجزيرة الايبيرية)، حيث أسس الشعوب المسيحية وشبه الجزيرة من أين، هل طرد في وقت لاحق من الغزاة (مسيحية إعادة الاستيلاء)، وبالتالي ولد البرتغال تقدمت حتى الآن إلى الشمال، وفرانكو المتحدة (الآن فرنسا)، ولكن انتهى الأمر تراجع في بواتييه (732).
من المعروف أن في الغرب - أرض التي تأتي إلى البرتغال - "سوف تقوم استراتيجية احتلال تلك الأراضي التي تديرها المسلمون الأوائل أكثر على بناء توافق في الآراء وصياغة الاتفاقات مع السكان." تسعى إلى أسلمة أولئك الذين أطلقوا على أنفسهم المستعربين. تتمتع أنها حرية العبادة، لديها قوانين خاصة بها. كما كانت هناك اتصالات كثيرة بين الناس، وتتنوع جدا ماركات العرب في شتى انحاء شبه الجزيرة، كما سنرى لاحقا.
بدأ العرب خلال حركة الاسترداد، يبدأ في القرن الثامن، على أن يستعبد أو إبادتهم. هناك، ومع ذلك، فإن بعض الذين تم يحميها الملوك البرتغالية. مثال هو حرف ميثاق عام 1170 أن الملك أعطى أنريكي أفونسو السكان مغاربي لشبونة، ألمادا، Palmela، والكازار، والتي قدمت. عندما كانت هناك العديد من، كما في لشبونة، سيتوبال، فارو، شلب وباجة، وما إلى ذلك.، عاش في البلديات أو يحكمها عمدة المشتركة. ودعا الأحياء Mourarias (هذا الاسم لا يزال واحدا من الأحياء غريبة لشبونة).
كما اليهود، وتستخدم الملابس والإشارات المحددة. وكانت هذه المناطق بمعزل عن العالم الخارجي مع المسيحيين بين غروب الشمس وطلوع الشمس من القرن الرابع عشر كانت خاضعة لعقوبات شديدة إذا يتعارض مع هذا القانون. وقد تم الحفاظ على هذه المعايير لعدة قرون، الملك كان أنريكي أفونسو ابنا وD. مغاربي أفونسو الثالث ابنة. على عكس اليهود كان الاحتلال الرئيسية الزراعة، على الرغم من أنها كانت أيضا السكافة، والحدادين، والخزافين. من الصعب الضرائب المدفوعة إلى التاج: الرؤوس، تدفع عن الولادة؛ العشر من المنتجات المحصودة على الأرض لاستكشاف؛ الضريبة على العسل والماشية والشمع، على جميع السلع في ارتداء أو تملك، بل على العمل على بيع، إلخ .. إلخ.
مع D. تم القبض مانويل الأول، في 1496، بموجب المرسوم طرد اليهود أو غادروا البلاد أو عمد إلى المسيحية، مع اسم المدجن أو مغاربي. واتهم العديد من ممارسة الإسلام من قبل محاكم التفتيش. ولكن في الحالات التي تظهر عدة المحكمة مسلم، مع بعض أسماء sesimbrenses وقرية الطبيعية من سيسيمبرا، واشتعلت في القرن السابع عشر في تنسجم مكتب المقدسة، على الرغم من فترة وجيزة:
- لم مانويل رودريغز، بحار في الأسر من قبل المغاربة، قرصنة ضد المسيحيين، الذين يعيشون في مارانهاو، البرازيل.
- أنتوني Cacheiro، بحار، المقيم في سيسيمبرا، ابن جون القلبية وغاسبار كاترين.
- سيباستياو كوريا بيكسوتو، الذي يعيش في الجديدة، ابن ديوغو الأسود بيكسوتو وBrites من كوريا الله.
لا يسعنا إلا أن نذكر، على سبيل قسوتهم، والعقوبات التي يتعرض لها العرب: "... الذي قطع رجله لمور على الفرار"
في 1249 أنهى الهيمنة العربية نهائيا على الأراضي التي هي الآن في عام 1492 والبرتغال الوحيد في مملكة غرناطة، اسبانيا. من القرن السابع عشر هناك القليل من المعلومات العربي / مغاربي، لماذا، أو اختلط مع السكان البرتغالية، أو هرب إلى مناطق مسلم.
العرب / المسلمين: الوراثة وإرثها في البرتغال
العرب / المسلمين دخلت شبه جزيرة ايبيريا في 711 حتى 1249 وركزت على البرتغال وإسبانيا في عام 1492، كان لها تأثير كبير في كثير من المجالات، لا تزال بعضها قيد الدراسة. لكن علينا أن نتذكر عدة أمور: علامات أعلى في جنوب البحر الأبيض المتوسط، حيث أقاموا فترة أطول، لعدة قرون كانت ترى على أنها الغزاة وثقافتهم تخفيض قيمة جدا ودمرت حتى، كما حدث، على سبيل المثال، في لشبونة (باللغة العربية Lisbûna ). اليوم بعد العديد من الدراسات، وهناك العديد من الحفريات والسبب أنه من المعروف أن تراث الإسلامي في الأراضي التي هي الآن البرتغال، على الرغم من أقل من شبه الجزيرة في الشرق (إسبانيا)، هو هائلة.
اجتمع الشعب العربي ولدوا في شبه الجزيرة العربية، لأنها كانت تمارس التجارة بين الشرق والغرب، عدة أشخاص مع الثقافات المختلفة، والتي قد دمج، مما أدى إلى الثقافة الإسلامية / العربية. ويتأثر هذا من قبل الناس متنوعة مثل الإغريق والرومان والبيزنطيين والهنود والفرس والمصريين واليهود والهندوس والصينيين. جلب العرب من الصين إلى أوروبا الاختراعات الهامة مثل البوصلة، واحدة من المساهمات في تطوير المعرفة الجغرافية وبحريا في البرتغال. جاء دور، بعد أن أسس أول مصنع الأوروبية الايبيرية؛ البارود، مما ساعد على إحداث ثورة في التقنيات العسكرية. ذكرت الرياضية والفلسفية والعلمية، والتي تم إضافة مفاهيم جديدة في الجبر والطب والفلك، والحساب. انتشار، على سبيل المثال، نظام الأرقام العربية، التي نسميها اللغة العربية أو العشرية.
مثل المحافظة على نمط حياة الرومان البحر الأبيض المتوسط، والمناطق الحضرية، والترف وظاهرة للعيان ليس فقط في البرتغال، ولكن في المساجد والقصور في اسبانيا، حيث الحجم والديكور، الحمامات، النوافير والحدائق وفرة واضح والثروة. ومع ذلك تم أسلمة مدن كويمبرا، لشبونة، فارو، إيفورا وغيرها، والمدن، حيث لا تزال هناك آثار الجدران، والأبواب، والمسارات الحضرية وآثار المساجد.
وفقا لبعض المؤرخين بنيت كنيسة سانتا ماريا دي فارو على أسس مسجد.
بدأ المبنى الحالي عام 1251، بعد عامين من استعادة المسيحي من المدينة،
بأمر من رئيس أساقفة براغا D. جون فيجاس.
اقيمت على مسجد بعد الفتح من المدينة من المغاربة من قبل الملك Dinis، ولكن من المعروف أن شرع في المبنى الحالي بين منتصف ونهاية القرن الثاني عشر. ولكن في ميرطولا، تحولت مسجدا وكنيسة، ولكن مع بعض التعديلات.
تم بناء مسجد ميرطولا القديمة، والآثار الأكثر رمزية في المدينة، في النصف الثاني من القرن الثاني عشر،
في وقت لاحق تحولت إلى كنيسة مسيحية: كنيسة سيدة العذراء ميرطولا (الأم الكنيسة).
كنيسة ميرطولا هو إعادة المسيحية القديمة مسلم قرون XII-XIII المسجد. كان مع فرسان سانتياغو، في 1238، بعد استخدام المقدس في طقوس المسيحية، هذا المبنى تلقى تدخلها الأولى، التي غيرت من وضع مسجد.اليوم البدائية، مصفوفة تحتوي على موضوع ميرطولا المدجن القرن السادس عشر. ولكن على الرغم من هذا، يصبح من الممكن، من بعض العناصر المعمارية والزخرفية إعادة بناء المسجد.
الجدير بالذكر هيكل رباعي الزوايا من خمس سفن، مع أوسع الوسطى، والمتخصصة متعددة الأضلاع من "المحراب" - الاسم الذي يطلق على مكانة الكبيرة التي تدمج صلاة مسلم المحلية وأن المقصود للإشارة إلى اتجاه مكة المكرمة المؤمنين - مع ديكور أمرت أقواس جصية polylobated، والأعمدة دعم المسجد في الصفوف السادسة، الذي عقد تسلسل أربعة من أقواس. برج مربع، بحلول نهاية القرن السابع عشر، كان السمة الغالبة في أسطح الجملون 5 تغطي المبنى. حاليا، لا تزال هناك أربعة أبواب مع القوس تجاوز alfiz الخاص بك. في الخارج، مع واجهة توج مع شرفات كبيرة تتخللها الجملونات، ويرجع ذلك إلى عهد الملك مانويل. لا أحد يعرف الفنان الذي زود المسجد القديم، ولكن تجديد إغلاق "المحراب" ومقالات بعض.
مكان آخر حيث يمكننا أن نرى التأثير القوي للغة العربية العمارة / الإسلامية هي قلعة شلب، الذي بني أصلا العربية، التي يعود تاريخها إلى القرن الثامن. تتكون من جدران الطين السميكة والأبراج، وتقف في الوسط، وصهريج ضخم مع خمسة أقواس القبة والقبو كله مرة أخرى.
بالفعل عانى البرتغالي تأثير أكبر من اللاتينية التي يتحدث بها الرومان ثم، ومع ذلك اللغة العربية هي المكونة الثاني من اللغة البرتغالية والتي حصلت على أكثر من ألف كلمة. بالتأكيد سوف تعترف عدة كلمات: الأشخاص ذوي الصلة، ورئيس البلدية، أمين مخزن، الراية، الأدميرال، كابتن، والجمارك، حارس، ارسنال، الحريم، ونأمل (إرضاء الله)، السلام (عربي "كما salamu'aleikum" = صلى أنت)، المتعلقة بالحياة الريفية والغذاء: زيت الزيتون والأرز والخروب، الخزامى، والخس، والقطن، والسكر، والكركم، والقهوة، والليمون، وجزار، جاهل، الطاحونة المائية، البركة، بوشل، almude، الجنيه، بوشل؛ النسبية العلم: عدد، والجبر؛ cáravo أو المركب الشراعي، السفينة التي تستخدمها العمر البرتغالية من اكتشاف (barinel بعد وقبل السفينة)؛ العديد من الأسماء: الجارف، لاغوس، البوفيرا، الكانتارا، Alfama، أزويا، Almoinha، Aiana القرآن (آل يعني) إلخ .. إلخ.
هناك أعمال أدبية، لم تنشر من قبل العديد من ويصور لشبونة كمدينة جميلة مع القصور والمساجد والحدائق والأسواق والحمامات. هناك أساطير السحر المور، لا الشعر، مثل عمار ابني، وهو شاعر من شلب. فإن الغرب (إقليم مسلم أن يأتي إلى البرتغال) سيكون بالتأكيد مكانا جيدا للعيش، على الرغم، كما ذكر أعلاه، يتم تخفيض آثار.
وثمة مسألة أخرى هي أقوال غريبة أو أقوال شعبية: هناك لهم أصول أو الأكثر تنوعا الغربية والصينية والهندية والمكسيكية أو العربية، لديها قوة كبيرة التعليمية، ربما لأنها تنقل في بضع كلمات حقيقة الأشياء وعالمية؛ الثقافة الشعبية الفاي الانتشار، وأحيانا يفقد أصله، قد تأتي أيضا عبر شعب يعطيها الأبوة؛ قد يحدث الشعور لا تزال، ولكن اللاعبين بسبب تغيير ثقافة جديدة، يمكن أن يكون تأثير أيضا باسم تنظيم الفكر أو العبارات. بعض الأمثلة:
- "مثل والده، مثل الابن"؛
- "كل قرد في فرعه الخاصة"؛
- "بيت حداد، سيخ عصا"؛
- "أفضل طائر في اليد من اثنين على الشجرة"؛
- "قبل وحده من الشركة سيئة في"؛
- "الكلاب تنبح والقافلة ويمر"؛
- "تعال مور قبالة الساحل." يذكر هجمات القراصنة البربر قبالة ساحل البرتغال. اليوم يشير إلى شخص الذين تم التسكع مع الفائدة.
- (تشغيل) "الجفاف ومكة". فمن العربية واضح لأن سيكا كانت المدينة مهمة من قرطبة (إسبانيا) مكة المكرمة والمدينة المقدسة. فهذا يعني الكثير ولا تجدي نفعا.
عندما نفكر في الاقتصاد مسلم، فإنه يحدث لنا قريبا مساهمته إلى البحر الأبيض المتوسط من نوع الزراعة، وإدخال النباتات مثل أشجار الفاكهة والأرز والزيتون وكروم العنب والبساتين واستخدام تقنيات الري مع جاهل، الطاحونة المائية، وقنوات سقي. يمارس التجارة المحلية والدولية، والصناعات المختلفة المتقدمة مثل المنسوجات والسيراميك. العودة إلى ميرطولا في Alentejo، ثم تمارس تربية الحيوانات، وزراعة القمح، والتجارة في نهر جواديانا والجريان السطحي من إنتاج التعدين قريب من الفندق (الألغام القديس دومينيك).
فن الفن العربي أو المستعربين في البرتغال الجوال بشكل خاص، حيث الأرابيسك (أشكال هندسية مبسطة) هي العنصر الرئيسي الزخرفية، على الرغم من أنها تظهر أيضا تمثيل النباتية والحيوانية، وقطع من السيراميك ليوم إلى يوم الوقوف في هذا الإنتاج الفني.
الوطنية قصر سينترا لها خصائص وتأثير قوي من الطراز العربي.
النفوذ العربي ينعكس أيضا على سبيل المثال في قصر تاون (سنترا)، في بطانة جدران وأرضيات وبلاط الموزاييك، مع تقنيات محددة وجميلة لوحة من الألوان المستوردة من اسبانيا مغاربي. كان الديكور جميل ورخيصة. لاحظ الجارف في مناطق معينة كل مداخن بيضاء مع لاسي على القمة. على الرغم من أن اليوم تشبه أعمال العرب الذين يعيشون هناك.
فنون بناء - العمارة العسكرية والمدنية - لم يرد انحدر الينا سليما، ولكن الكثير قد تم دراستها واستردادها حتى. واحدة من الحالات هو ميرطولا ذات الصلة، حيث كانت هناك ترميمات بدءا من مقبرة حي (أماكن الدفن) الإسلامي. إذا كان لنا أن دراسة التراث العربي بنيت ينبغي للمرء أن لا ننسى قبو وعلى الرغم من أن شكل حدوة حصان انه كان يستخدم في شبه الجزيرة الايبيرية قبل الإسلام، أصبحت صورتها العلامة التجارية أن وجود الثقافة الإسلامية. في البرتغال هذا القوس يظهر الشمال إلى الجارف.
بينا القصر الوطني - القمر هيل في سينترا، مزينة الجدد النمط المعماري الإسلامي.
من المهم عدم الخلط بين الفن العربي أو الإسلامي، مع العرب الجدد الذين هو الفن المعاصر (القرن التاسع عشر) أنها تنوي تقليد وإعادة الهندسة المعمارية الفاخرة والغرائبية مسلم. على سبيل المثال بعض الأعمال العرب الجدد: حلبة مصارعة الثيران في لشبونة صالة دا بولسا العربية بالاسيو في بورتو، الباحة من كازا القيام ألينتيخو في لشبونة، والجناح المغربي في البرازيل في ريو دي جانيرو، واجهة السوق البلدي كامبيناس.
مدينة فاطمة
اسم المدينة (سابقا قرية بعد قرية و) يأتي من الاسم العربي فاطمة (فاطمة العربية: فاطمة). كان هذا هو اسم ابنة النبي محمد. فاطمة هي مدينة برتغالية، موطنا لواحدة من مجلس رعية أوريم، في منطقة سانتاريم. تقع على بعد نحو 123 كم إلى 187 كم من لشبونة وبورتو.
كان الأميرة فاطمة مورا، الذي اختطف خلال استعادة المسيحية تحت قيادة D. عن فاطمة اسم الطبوغرافية لديه مغاربي (العربية / مسلم)، وفقا للمؤرخين، بعد أن أعطيت أنريكي أفونسو، في الزواج من العد من أوريم (غونزالو Hermigues) في 1158. الأميرة ثم استقبل اسم Oureana. من أجل تكريم أجدادهم أعطى اسم فاطمة إلى القرية الأولى التي رحبت واسمها فيما بعد لدي فيلا نوفا أوريم.
العرب / المسلمين في سيسيمبرا
سيسيمبرا هي مدينة حوالي 38،000 نسمة موزعة على ثلاث أبرشيات، وتحيط بها التلال إلى الشرق والشمال والغرب، استحم من المحيط الأطلسي إلى الغرب والجنوب، تقع على بعد حوالي 30 كيلومترا جنوبي لشبونة، والحصول على ذلك على الضفة الجنوبية لنهر تجو وأيضا على مسافة واحدة من مدينة سيتوبال. أيضا في هذه الأراضي وقد ساهمت البحوث لاظهار تراث الإسلامي. لم يمض وقت طويل منذ تم اكتشاف لوحة في مايو كهف الكتابية العربية 4: الخشب هو المدمجة، مستطيل، مع 58 بوصة طويلة واسعة بنسبة 15.5 و 1 بوصة سميكة.
وجدت في تابوا سيسيمبرا، مع مقتطفات من القرآن الكريم باللغة العربية.
وفقا لعروبية يمكن استخدام هذه البطاقة لدراسة القرآن واللغة العربية وربما من القرن الثاني عشر، ولعل الوقت الذي كان فيه المسيحيون غزا 1st الوقت قلعة سيسيمبرا ولماذا أخفى العرب. في آخر الكهف - ابا التبغ - المحتلة منذ عصور ما قبل التاريخ والعصور الوسطى في جانب المسلمين من شمال أفريقيا، تم العثور على 80 قطعة نقدية quirates الإسلامية الفضة سكت في شلب (على الأقل بعض) في القرن الثاني عشر والأواني بعض القرن نفسه.
سيسيمبرا المعروف أيضا باسم قلعة قلعة المور.
إذا كانت هذه علامات تثبت وجود مسلم في هذه الأجزاء، وتاريخ البرتغال أيضا. كما نعلم بالفعل هذا يعلمنا أنه ولد البرتغال في القرن الثاني عشر، ملوك البرتغال تستمر حركة الاسترداد التي بدأت في القرن التاسع، على الرغم من أن العرب لم تسمح دائما. D. أنريكي أفونسو، بعد لشبونة وقهر سانتاريم في 1147، في 1165 نهر التاجة يمر Palmela قهر والتوصل سيسيمبرا التي تضم المغاربة. ولكن كما الاسترداد مصنوع من التقدم والتقهقر، حتى في القرن الثاني عشر للمسلمين استعاد الساحات عدة البرتغالية.
في 1201، يتلقى رسالة من سيسيمبرا Foral (الوثيقة مع حقوق وواجبات قرية) للملك سانشو I. وبالتالي، فإن هذا المجتمع المسيحي، الريفية أساسا، ولكن يرتبط أيضا إلى البحر، أن النامية. فإن السيطرة العسكرية، والتنظيم الإداري ومواردها وشعبها التركيز على القلعة، على الرغم من إعادة بنائها. في هذه القلعة عاش السكان، أثرت في بعض الأحيان من قبل الثقافة الإسلامية، ليصلي المسيحي، كما ثبت من قبل الدبابات والصوامع، وطاحونة، وبقايا السيراميك الإسلامية (الصين، والبلاط، وحتى اللعب قطعة).
علامات واضحة أيضا في أسماء المواقع الجغرافية العربية: ترتبط الصيد - xávega، almadravas أو arrais؛ أزويا، Zambujal، Almoinha، Aiana، Alfarim، Amieira، Apostiça، البوفيرا، Arrábida. في تعابير مثل "المشي على الساحل مور"، التي ورد ذكرها في النص السابق.
سيسيمبرا المقبل هو Arrábida وEspichel الأخضر. فمن المرجح، لذلك يقول الخبراء، أن عبادة الكاثوليكية سيدة رأس (Espichel) القائمة منذ القرن ما لا يقل عن الرابعة عشرة، وأنه هو reatualizarão مسلم من الموسم حيث قمنا بتنظيم رحلات الحج الدينية. وثيقة للغاية هناك مصلى الذاكرة التي لديها شكل مكعب، وقبة نصف كروية، إذ يشير إلى الكعبة المشرفة في مدينة مكة المكرمة. الدير Arrábida اسم موضعي المحصنة في اللغة العربية تعني لحفظ الحدود، والتي يمكن أن تتذكر أين الرجال الذين سكنوا التأمل في عظمة الله.
تأثيرات اللغة العربية في اللغة البرتغالية
البرتغالية هي لغة مشتقة من اللاتينية اللهجات، أو ببساطة رواية شبه الجزيرة الرومانسية، والتي نتجت عن اختلاط اللاتينية فظ يتحدث بها الجنود الرومان، مع اللهجات المحلية القائمة في شبه الجزيرة الايبيرية في وقت الاحتلال.
البرتغاليين يعاني حتما تأثير اللغة العربية خلال الفترة الإسلامية. ليس فقط تأثرا كبيرا اللهجات المحكية في المستعربين وسيتانيا الجنوبية، التي تمتص الكثير من الكلمات العربية، والمدجن في وقت لاحق من خلال تبني الرواية كما سانه. على الرغم من أكثر من 500 سنة من الوجود العربي في البرتغال التي تؤثر يشير أساسا إلى الأسماء، لذلك لا يمكننا الحديث عن تأثير هيكلية أو النحوي.
من حيث الموضوعية لا تمتصه الرجوع برتغالية حتى الصفات، ظرف والأزرق بيتي، وإلى أجل غير مسمى Fulano الضمير والمداخلات الثلاث:! Arre، روا! وOxalá. الأسماء، التي من عمومية ما يقترح المؤلفان عددا من حوالي 1000، تظهر خصائص صوتية معينة.
معظم الأسماء التي تبدأ مع تنظيم أداة التعريف (أو) رأ شبه كثير من الأحيان إلى حرف ساكن إسم الأولية، وبالتحديد عندما يكون أنه طبقا لأشعة الشمس.
في الأبجدية العربية لا توجد أحرف العلة، الحروف الساكنة فقط، والحروف الساكنة تنقسم إلى الحروف الساكنة وتتفق الشمسية القمرية. والحروف الساكنة القمرية ليس لها تأثير على نطق ل القاعدة من هذه المادة، حيث أنها تشكل الحرف الأول للكلمة، كما هو الحال مثلا في الراية (متسابق)، الميدا (الجدول) أو الكانتارا (الجسر).
ولكن اعتمادا على الطاقة الشمسية عندما وضعت في نفس الموقف را استيعاب المادة القاعدة، مضاعفة قيمتها. على سبيل المثال هو مكتوب Alzeite النفط في العربية، ولكن لأن Azzeite وضوحا هو ساكن أوقية الشمسية. ومن هنا منشأ مصطلحات مثل البلاط، أو برج المراقبة اكوردا.
الأشكال الشائعة الأخرى من الكلمات الأولى من أصل عربي هي الكلمات التي تبدأ ب X (الشطرنج، أو شراب شريف) أو NX (الصداع النصفي، أو الزي الكبريت).
وتتميز بعبارة أخرى قبل إنهاء الخدمة، مثل تلك التي في نهاية ط (الخنزير، أو المفتي الصوفي) في ايل (Cordovil، أو أنيل منديل) في الدردشة (روزماري، قرمز أو الحرير) وتنتهي في AF أو التدفئة (Alcadafe، تقويم أو Atabeque).
بعض الحروف الساكنة العربية لم تدخل المفردات من أجل التكيف مع البرتغالي لا نطق اللغة البرتغالية، وعموما و hque يصبح، كما في Alfama (Alhammam العربية)، لافندر (من Alhuzaima عربي) أو خس (لل الأحساء عربي).
ويمكن تصنيف الأسماء إلى عدة فئات، يتعلق معظمها الابتكارات أو المساهمات التي أدخلت العرب في مجتمعنا، وأسماء الأماكن، والتي لوحظ من الشمال إلى الجنوب، وغالبا ما كانت تساهم المعلومات عن الماضي من مناطقهم الخاصة.
في الحالة الأولى تشير إلى أسماء المكاتب العامة (Alcaide، أمين المخزن أو الراية)، حيث أنواع المباني (الكازار، أو Aljube القلعة)، والبناء (البناء والبلاط أو تراس على السطح)، والمؤسسات الإدارية (قرية، أو Arrabalde الجمارك)، والنباتات (رايس، لافندر أو الخروب)، والفواكه (تمارا، الرمان أو الخوخ)، والمهن (خياط، Almocreve أو Alfaqueque)، وشروط تتعلق بالزراعة (المعزقة، دلو أو Azenha)، مع نشاط العسكرية (خنجر، أو خطف ارسنال)، المصطلحات الطبية (شراب، الصداع النصفي أو الشاي)، والجغرافية (Azinhaga، الأراضي الرطبة أو البوفيرا)، وحدات القياس (بوشل، Arroba أو الجنيه) الحيوانات (الكاتراز، أو Lacrau الخنزير)، والدعائم (دبوس، أو السجاد وسادة)، والآلات الموسيقية (Adufe، أو لوت كمان)، للمنتجات الزراعية والصناعية (زيت الزيتون، والكحول أو قطران)، والعلوم (الجبر، والشفرات الترقيم).
في حالة أسماء المواقع الجغرافية، وراء الغالبية العظمى من المصطلحات أو آل بدأت المقال الذي شكله مع رأ استيعابهم، وهناك آخرون مع الأصل المشترك، يمكننا حشده.
على سبيل المثال، أسماء الأماكن التي من قصيدة (من وادي نهر أو العربية)، وOdemira، Odeceixe أو Odeleite. والتي كتبها بن (بن أو ابن عربي يعني الابن، ولكن في أسماء المواقع الجغرافية لها المعنى من مكان)، وBensafrim، أو Benamor Benfarras. بدافع الفضول في اشارة الى بعض أسماء الأماكن من أصل عربي يدل معناها:
Albarraque (البراك، أو مشرق)، البوفيرا (Albuhaira، وأو سد صغير)، الكازار (Alqassr، أو القلعة)، Alcáçovas (Alqassba، أو القلعة المحصنة)، Alcaidaria (القيادة)، Alcaide (مدرب) Alcains (Alkanissa، أو الكنيسة)، الكانتارا (الجسر)، Alcantarilha (ضآلة الكانتارا)، Alcaria (القرية)، ألكوباكا (Alkubasha، أو الغنم)، Alcochete (Alqucha، أو الفرن)، Alcoentre (Alqunaitara، أو جسر صغير)، Alfama (Alhammam، أو الاستحمام)، Alfambras (الحمراء، أو أحمر)، Alfarim (Alfarish أو قطع الغابات، ونحو تسجيل الصناعة)، الخروب (Alharruba، وهو نفس باللغة البرتغالية) ، Alferce (اختيار)، الجارف (Algharb، أو الغرب)، Algeruz (القناة)، Algés (Aljaich، أو الجيش)، Algueirão (Aljairan، أو الكهوف)، قصر الحمراء (Alhammam، أو الاستحمام)، Aljezur (Aljazair أو الجزر)، Almacave (Almaqabara، أو المقابر)، ألمادا (Almadin أو الألغام)، Almansil (نزل)، Almargem (Almarjan، أو مرج)، Almedina (المدينة)، Almoçageme (Almassjid ، أو المسجد)، ألمودوفار (Almudura، أو جولة مسورة)، Alqueidão (Alhaima، أو خيمة)، Alvaiázere (Albaiaz، أو فالكونر و) Alvalade (Albalad، أو حقل)، الفيركا (Albirka، أو الأهوار ) ألفور (البير، أو حفرة)، Alvorge (البرج سابقا، أو البرج)، Arrábida (مكان الصلاة)، Asseca (الصراط المستقيم والطائرة)، برج المراقبة (مكان مرتفع حيث يمارس المراقبة)، كاستريوتو (الزيتون البري )، Azeitão (منطقة إنتاج النفط)، أزويا (Azauia، أو مكان الصلاة)، Bensafrim (بن سفارين، أو مكان السحرة)، Bobadela (بو عبد الله، أو ابنا لله عبدا)، Boliqueime (بو عمار الحكيم، الاسم)، Cacém (الاسم الصحيح، وهو ما يعني الشخص الذي شهود)، Caneças (Kanissa، أو الكنيسة)، وكوبا (برج)، فارو (هارون، الاسم الأول)، فاطمة (اسم ابنة النبي محمد)، لولي ( Al'ulia، أو عالية)، Mafamude (Mahmmud، واحدة من اسم النبي)، مافرا (Mahfra، أو حفرة) هامر (بدلا من عبور النهر)، Marvão (مروان، الاسم الأول)، Massamá (Maktamá، أو نبع ماء)، ومسجد (Massjid، وهو نفس باللغة البرتغالية)، Messejana (السجن) وباجة (UED أميرة، أميرة النهر أو)، Palmela (بسم الله، أو باسم الله)، QUELUZ (وادي اللوز) ، Safara (الصحراء أو الصحراء)، سالمة (سلامة، أو السلام).
و*** المستعربين (عربي مستعرب musta'rib "Arabianized") [1] كانوا مسيحيين الايبيرية الذين كانوا يعيشون تحت الحكم مسلم في الأندلس. وكان نسلهم لا اعتنق الاسلام ولكن اعتمدت عناصر اللغة والثقافة العربية. كانوا أساسا الروم الكاثوليك طقوس القوط الغربيين أو المستعربين.
المدجن *** هو المصطلح الذي مشتق من الكلمة العربية: مدجن [mudaǧǧan] معنى "الوطن" أو "الداجنة" والذي يستخدم للدلالة على المسلمين الذين بقوا يعيشون في الأراضي الإيبيرية غزاها المسيحيين، وتحت سيطرته السياسية، خلال عملية طويلة من استدعاء الاسترداد، والتي وضعت على طول العصور الوسطى في شبه الجزيرة الايبيرية. لهؤلاء المسلمين سمح لهم الاستمرار في ممارسة دينهم، لاستخدام اللغة الخاصة بك والاحتفاظ عاداتهم. خلال العصر الحديث أجبروا على اعتناق المسيحية، وبالتالي ليتم استدعاؤها بالمسلمين
ملخص
وضعت وجود مسلم في البرتغال المراكز الحضرية لمدينة Usbuna (لشبونة) وSantarin (سانتاريم). في Alentejo، مدن باجا (البجا) وMartula (البجا) و، في الجرف - ظهرت Silb (شلب) وسانتا ماريا آل Harum (فارو) - حيث وجود مسلم وظلت لمدة ستة قرون. قد حلت محل القديمة الماجستير القوط الغربيين - العرب - اسم عام لمجموعة من السكان البربر، السورية، المصرية وغيرها. تبين أن نكون متسامحين عموما من التقاليد والعادات المحلية، واعترف الممارسات الدينية للشعب المقدمة وتهيئة الظروف لاتصالات مثمرة والاقتصادية والثقافية القائمة بين المسيحيين والمسلمين.
المادة تبقى من سقوط الساكن مسلم أقل من التوقعات، وذلك أساسا بسبب استعادة المسيحية السياسية و"الأرض المحروقة". استأنفت كل منطقة دمر العرب والأشياء والمباني أحرق في الحرائق التي ظلت مشتعلة لأيام. لكنه ترك بعض العناصر التي تشهد هذه الفترة من الحياة البرتغالية، وخاصة الجدران والقلاع، فضلا عن تخطيط الشوارع وأزقة بعض المدن في الجنوب. لا تزال هناك آثار كبيرة، وأوضح من حقيقة أن الوضع الطرفية من الأراضي البرتغالية فيما يتعلق المراكز الثقافية الكبرى في الجنوب الإسلامي لشبه الجزيرة.
كنيسة الرعية من ميرطولا هو هيكل الوحيد الذي يعترفون سمات مسجد. يحدثه في الفنون الزخرفية، والبلاط، وأصول عربية هي شهادات المدرجات من المنازل في الجارف والحديد والمواد الفاخرة: السجاد، والأشغال الجلدية والمعدنية. مع ترجمة الأعمال العلمية العديدة، وضعت الكيمياء والطب والرياضيات، ويجري من العرب والغرب الأصل نظام الترقيم. وكان النفوذ العربي أهمية خاصة في الحياة الريفية، وتحديد تطوير تقنيات الري والاستخدامات من الايبيرية الرومانية. من خلال إدخال نباتات جديدة - الليمون، البرتقال والحامض واللوز، وربما الأرز، وتطوير ثقافة من شجرة الزيتون، الشجرة الخروب وبساتين كبيرة زراعة (مشهورة التين والعنب والتفاح الجارف سينترا) تعزيز مهنة الزراعية في منطقة البحر الأبيض المتوسط
عاش نسل العديد من العرب الذين، بعد الاسترداد، وظلت في البرتغال، في Mourarias وشبه الريفية الضواحي على طول جدران المدن والبلدات، والتي يتم الاحتفاظ في الذاكرة أسماء النباتات والمواقع أكثر من عشرين، كما لشبونة والجنوب أخرى كثيرة من التاجة.
بقدر الغرب يحاول أن يخفي مساهمة المسلمين في تطوير المعارف والعلوم في العالم، المزيد والمزيد من يمكننا أن نرى أن القصة نفسها يكشف عن أن المسلمين يقودها الإسلام، وساهمت كثيرا في تطوير لحكمة البشرية جمعاء.
تحقق من معرض للصور من الوجود العربي / مسلم في الأندلس آل الغرب:
Nenhum comentário:
Postar um comentário